Jogando no brejo de São Januário o Corinthians empata com o Vasco da Lama

Melhores momentos
Num jogo prejudicado pela chuva e pelas péssimas condições de um gramado, que se transformou num verdadeiro brejo, o Corinthians não passou de um empate sem gols no jogo contra o Vasco da Lama. Mas, não foi somente o gramado o vilão da história. Se nossa defesa foi quase impecável e firme na marcação, nosso ataque foi manco. Sem um homem de referência na área e com um meio campo pouco criativo, pouco finalizamos e pouco perigo levamos ao adversário, como demonstram as estatísticas do jogo.
Com uma atuação mais equilibrada no 1º tempo, caímos de produção na etapa final e em alguns momentos chegamos até a levar um sufoco. O adversário teve maior posse de bola, apresentou maior volume ofensivo, com mais jogadas de linha de fundo, com mais bolas levantadas na área e com o dobro de finalizações.
Analisando nosso desempenho tivemos um goleiro seguro, uma zaga quase impecável, mas encontramos dificuldades na marcação pela direita, obrigando o Jorge Henrique dar cobertura para o Alessandro. No meio campo, Ralf não foi tão incisivo como de costume, com uma atuação apenas regular e Paulinho, anulado pelos zagueiros cariocas, fez sua pior partida do ano. Por sua vez, Danilo, pelas suas características de cadenciar o jogo, teve seu desempenho muito prejudicado no campo pesado e alagado, pouco conseguindo criar, enquanto Alex, a não ser pela cobrança de falta, pouco se apresentou e nada produziu. Parecia que estava se poupando em campo e mesmo jogando no brejo, pouco sujou o uniforme.
Com os meias nada criando, com o Alex se escondendo e com o Jorge Henrique tendo que cobrir a lateral direita, Émerson ficou sobrecarregado no ataque e, mesmo assim, não deixou de ajudar na marcação. Foi caçado o tempo inteiro, apanhou, sofreu faltas, apresentou-se pro jogo, foi guerreiro e valente em campo e, extenuado de tanto lutar, foi substituído por William, no final do 2º tempo.
A entrada de Douglas, aos 34 minutos  da etapa final melhorou a qualidade do passe e a criação, mas não houve tempo suficiente para alterar o resultado, enquanto Élton, que substituiu Danilo, ainda não conseguiu mostrar que pode ser uma boa alternativa ao Liedson.
O Corinthians tem mais time que o Vasco e se Paulinho, Danilo e Alex tivessem se apresentado para o jogo, se os dois primeiros tivessem tido o empenho e o desempenho de partidas anteriores e Alex fosse mais incisivo e tivesse algum lampejo do craque que foi um dia, teríamos voltado do Rio com uma vitória. Além disso, o técnico demorou muito para fazer as substituições. Era evidente que Danilo não conseguiria ter um bom desempenho naquele campo pesado e alagado. Douglas, apesar de ainda estar gordinho e sem ritmo de jogo, deu outra dinâmica para a partida e William, que é mais jovem, ágil e movimenta-se bem,  sempre buscando o jogo, deveria ter substituído o Alex que estava totalmente apagado e inoperante.
Gol anulado
Comentário de Nilton sobre o gol anulado
A grande polêmica do jogo foi o gol de Alecsandro, anulado pela arbitragem, um prato cheio para os antis e uma festa para a imprensa sensacionalista e baba ovo dos times do Rio. A coisa foi tão ridícula, que teve jornalista brigando com as imagens e insinuando que a tem emissora de televisão que é corinthiana e que deseja dar o título para o Corinthians. Só faltaram declarar que as imagens do tira teima eram efeitos especiais produzidos por Spielberg. Como as imagens falam por si, até o Roberto Dinamite se acalmou ao vê-las e tivemos até entrevista de vascaíno reconhecendo o impedimento.
Comentários de Chico Lang
Entrevista do Tite
Em entrevista pós jogo, Tite atribuiu o empate ao péssimo estado do gramado e às qualidades do adversário. Considerou que o jogo foi equilibrado, o resultado justo, admitiu que a classificação está em aberto e que ambas as equipes têm condições de se classificar para a semifinal da Libertadores.
Torcida
Apesar da distância, da chuva e das dificuldades de locomoção, 25 ônibus saíram lotados para o Rio de Janeiro, fora os torcedores que foram de avião e com condução própria. Desta vez a polícia do Rio de Janeiro não criou dificuldades para os visitantes e a Fiel, que lotou o espaço reservado para nossa torcida, conseguiu assistir o jogo desde o início. O problema foi a saída do estádio, pois os corinthianos ficaram presos em São Januário e só foram liberados para a volta de madrugada.
Entrevistas e comentários
Os jogadores do Timão, consideraram que, diante das circunstâncias do jogo, o empate sem gols foi um bom resultado. Para Émerson, embora o objetivo de fazer gols não tenha sido alcançado, a decisão em casa não deixa de ser uma vantagem. Leandro Castán ressaltou a força do grupo e a confiança na vitória e na classificação diante de um Pacaembu lotado pela Fiel. Danilo considerou que o segredo para a classificação é não se desesperar e que o empate sem gols é um bom resultado por possibilitar a decisão em casa e Alex declarou que o time precisa jogar com mais agressividade no ataque. Pessoalmente, eu já ficaria satisfeita se o Alex começasse a jogar no Corinthians o que ele jogou em outros times em que atuou.
Considerando que não somos rãs e que nosso habitat natural não é o brejo, que o jogo foi fora de casa e num lamaçal, que o Fiel Secador foi tão agudo em nos mandar energias negativas que torcedores rivais até deixaram de ver seu time jogar para secar o Corinthians, conforme revelaram as pesquisas de audiência da TV, e que vamos jogar a decisão em nossa casa lotada e com todo o apoio da Fiel, não podemos considerar um desastre o empate sem gols. Pelo que vimos em São Januário, se todos os nossos atletas jogarem o que sabem, não teremos grandes problemas no jogo de volta e nos classificaremos para a próxima fase. Estou confiante e com muita esperança.


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