A culpa não é do empresário

Tem muita gente responsabilizando o empresário do Pablo pelo não acerto do jogador com o Corinthians com base no fato dele sempre ter declarado o desejo de permanecer no clube. Diante da malograda negociação, a única conclusão possível é que o amor pelo dinheiro sobrepujou o declarado desejo de continuar defendendo o Timão. Convém lembrar que quem contrata o empresário é o jogador, e não o contrário, portanto, a última palavra é do contratante e não do contratado. Assim, Pablo é o único responsável pela sua decisão de não permanecer no Corinthians e passar tal responsabilidade para seu empresário seria destituí-lo de seu livre arbítrio e da condução de seu destino. 
É óbvio que ele tem o direito de escolher o que acha ser melhor para ele. Mas não foi nada elegante permitir que seu empresário sondasse outros times, num verdadeiro leilão do jogador, enquanto declarava que queria permanecer, prolongando a negociação para ganhar tempo até aparecer uma proposta financeiramente melhor. Deveria ter sido honesto e aberto o jogo de quanto queria ganhar e em que condições e não ficar "cozinhando o galo", à espera de uma proposta economicamente mais vantajosa. Em nenhum momento ele considerou o fato de que estava encostado no Bordeaux e que o Corinthians recuperou-o para o futebol, colocando-o na vitrina onde passou a ser cobiçado por outros times. Se, profissionalmente, ele tem o direito de escolher o que lhe parece ser melhor, o Corinthians tem o direito de dispensar seus préstimos e devolvê-lo ao time a que pertence, da mesma forma que o Marciel foi devolvido ao Corinthians antes do término da vigência do empréstimo. 
Quanto ao veto à participação na festa da entrega da taça, considero que o mesmo serviu para preservá-lo de um vexame, pois, com certeza seria vaiado e xingado pela torcida. Se o clima era de festa, de celebração, de confraternização, não teria sentido possibilitar uma situação constrangedora para o jogador e para a própria festa. Se ele ajudou a conquistar o título, foi pago para isso e conforme declaração de seu empresário, o Corinthians não lhe deve nada, seus proventos estão em dia. Pablo supervalorizou-se ao pedir um salário muito acima ao teto do clube e condições especiais para o pagamento de luvas. Parece que pediu algo desproposital para poder ficar livre para fechar contrato com outro time. Está no seu direito, assim como o Corinthians está no direito de não relacioná-lo para os dois jogos que faltavam. 
Sem clima para celebração e até para evitar tumultos, não participou da festa do Hepta, não porque saiu do Corinthians, mas pela forma como saiu. Se usou o Corinthians para se recuperar para o mundo da bola e para se valorizar, se simulou estar satisfeito no clube, manifestando o desejo de ficar ao mesmo tempo que permitiu que seu empresário o colocasse em leilão, se pediu um contrato fora dos padrões do clube para poder ficar livre para fechar com quem venceu o leilão, houve uma quebra de confiança. E com quebra de confiança não existe condições de participar com o grupo, no qual se inclui a diretoria com quem negociou, de uma celebração, que é também uma confraternização. 

Créditos e fontes de imagens 
globoesporte.globo.com/Reprodução/Instagram 

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